quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Crónicas (im)prováveis


"Um artigo sobre coisa nenhuma."
Chesterton

Para o Dr. Sá Marques, que já tinha saudades destas linhas

Com esta imagem fabulástica de Vila Nova de Famalicão, nos princípios dos anos oitenta do século passado, tirada com a minha máquina "Lumix", cuja lente é da Leica, de um dos jornais famalicenses, dou início a estas crónicas pouco prováveis. As novas medidas de Donald Trump, aquele novo Presidente dos Estados Unidos, ao qual não lhe dou mais que dois prováveis anos, possivelmente  o Senado ou o Congresso ainda o vão demitir, baseadas numa filosofia política na evocação do nacionalismo (ou não tivesse decretado o dia do nacionalismo), coloca a questão do nacionalismo político enquanto virtude política ou não. Exemplo disso mesmo é a política da imigração, colocando os americanos e o mundo em estado de choque. Depois, ainda hoje nos noticiários, destacou-se a extrema-direita francesa, cuja segurança de Marine Le Pen agrediram os jornalistas, impedindo assim a liberdade de imprensa. Tais acontecimentos, para além da questão do muro trumpista (mas já a Europa edificou igualmente algo do género) revelam o improvável do ser humano. No caso da Europa, esta é de fraca memória. Os migrantes continuam a assolar-nos e ainda apareceu mais uma criança morta! Eis a tragédia. O mundo está eclipsado nas suas vanguardas catastróficas e a classe política encontra-se indigente. Salva-nos desta catástrofe, num dia como este, melhor, numa noite como esta, com chuva e frescota, o amor, os livros e estas linhas sobre coisa nenhuma e alguma coisa. Mas as catástrofes sempre existiram, mesmo no mais trivial do mundo, na nossa experiencialidade finita, em busca sempre da esperança. às vezes ficamos estupefactos por algumas afirmações e aqueles títulos jornalísticos bombásticos, com aquele preto carregado, a anunciar algo. Neste caso, revelou-se que  candidato socialista à Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão,se for eleito, vai dar mais dinheiro aos famalicenses! Concerteza que a comunidade famalicense se deve ter rido bastante, já que o governo socialista anda para aí a tirar o nosso dinheirinho aos ordenados, melhor, ao subsídio de natal, a esses estúpidos duodécimos, e às pensões, como se estas fossem as melhores do mundo! Dizem os nossos políticos governamentais que irão devolver o retirado, mas cá o autor destas linhas é como S. Tomé, só acredita quando vir no seu recibo tal retribuição. Às vezes também comento que o nosso IRS precisava de uma reformulação, de uma profunda reforma. Entre a coligação de direita e este governo socialista, venha o diabo e escolha: se o primeiro apostava mais nos impostos directos e indirectos, o segundo anda a apostar nos impostos indirectos e, de forma estratégica, nos directos. Portugal continua a viver nas suas melhores ilusões. Talvez a próxima crónica seja mais optimista, talvez sobre o novo filme de Scorsese e o seu "Silêncio", ao lado do silêncio de Endo, um silêncio que falta muito na sociedade contemporânea. Mas este silêncio é outro. Assim vamos.

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