quinta-feira, 7 de agosto de 2014

7 Agosto 1914

Para o Dr. Manuel Sá Marques, com o meu abraço de fraterna amizade, sempre saudoso!



"O Congresso ouviu a declaração do chefe do Governo e concedeu-lhe, com o aplauso de Afonso Costa, o apoio sem reservas de Brito Camacho e a advertência fiscalizadora de António José de Almeida, os «plenos poderes» por ele solicitados (ou a «arma terrível da ditadura», como disse Machado Santos) para apoiar a Inglaterra, em tudo o que fosse necessário, no conflito; no mesmo dia, Bernardino Machado convocou também o Senado, onde fez o mesmo pedido e teve o apoio unânime quer dos senadores da esquerda (Estêvão de Vasconcelos, quer dos senadores das direitas republicanas (Miranda do Vale, Feio Terenas) e dos independentes (Pedro Martins)" (Norberto Ferreira da Cunha)

 Sr. Presidente: a nossa vida nacional é, pelas suas condições geográficas e tradicionais, intensamente internacionalista. Daí a repercussão que todo o abalo lá de fora produz sempre entre nós. Mas, felizmente, graças à prodigiosa laboriosidade da nossa gente e à proba administração republicana, que tem sabido valorizá-la, essa repercussão no domínio económico e financeiro não nos perturba, porque possuímos recursos próprios bastantes para nos tranquilizarmos. E se, em todas as horas graves da nossa história, foi o povo quem imperterritamente assegurou a honra e o prestígio da Pátria, mais do que nunca devemos confiar nele, quando é ele mesmo que, sem embargo de ninguém, governa a nação. (Apoiados calorosos e repetidos).
Sr. Presidente: logo após a proclamação da República, todas as nações se apressaram a afirmar-nos a sua amizade, e uma delas, a Inglaterra, a sua aliança. (Novos apoiados). Por nossa parte, temos feito incessantemente tudo, para corresponder a essa amizade, que deveras prezamos, sem nenhum esquecimento, porém, dos deveres de aliança que livremente contraímos (apoiados calorosos), e a que em circunstâncias alguma faltaríamos. (Muitos apoiados). Tal é a política internacional de concórdia e de dignidade, que este Governo timbra em continuar, certo do que assim solidariza indissoluvelmente os votos do venerando Chefe do Estado, com o sentimento colectivo do Congresso e do povo português. (Muitos e repetido. apoiados)


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